Na contramão da pressão enfrentada pela carne de frango no mercado internacional, as exportações brasileiras de ovos — tanto in natura quanto processados — registraram em maio o maior volume mensal já embarcado desde o início da série histórica da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), em 1997. O avanço ocorreu mesmo após a confirmação de um foco de Influenza Aviária em uma granja comercial no Rio Grande do Sul, o que impôs restrições ao setor avícola nacional.
Segundo dados da Secex compilados pelo Cepea, foram embarcadas 5,36 mil toneladas de ovos, um aumento de 23% em relação a abril e impressionantes 296% frente ao mesmo período de 2024. O resultado foi impulsionado, sobretudo, pela forte e contínua demanda dos Estados Unidos, país que respondeu por 77,8% de todo o volume exportado no mês ado.
No mercado interno, o cenário também é de valorização. Levantamentos do Cepea indicam que os preços dos ovos seguem em alta pela segunda semana consecutiva em todas as regiões pesquisadas. A combinação entre oferta controlada e demanda aquecida tem sustentado essa trajetória de valorização na primeira quinzena de junho.
Esse desempenho positivo do setor de ovos contrasta com a situação enfrentada pelos avicultores de carne, que vêm sofrendo com queda nos preços e redução no poder de compra devido ao excesso de oferta e à retração das exportações. A diferenciação mostra a resiliência e o potencial estratégico do mercado de ovos, especialmente diante de oportunidades externas como a aberta pelo mercado norte-americano.
