Centenas de pessoas participaram de uma manifestação nesta quarta-feira (11) no centro de São Paulo em defesa do direito à moradia e contra remoções forçadas. O protesto reuniu representantes de movimentos como o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), o Movimento pelo Direito à Moradia (MDM), a União dos Movimentos de Moradia de São Paulo, a Confederação Nacional das Associações de Moradores (Conam) e a campanha Despejo Zero.
Com bandeiras e cartazes, os manifestantes seguiram em caminhada até a sede da prefeitura, acompanhados por um carro de som. As lideranças exigiram a abertura de mesas de negociação com as gestões municipal e estadual e denunciaram a truculência de ações policiais durante remoções em ocupações urbanas.
O debate sobre habitação ganhou força após a remoção de famílias da Favela do Moinho. O governo estadual planeja transformar a área em um parque e em uma estação da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (TM). As alternativas de moradia oferecidas pelo Estado foram criticadas por moradores, o que gerou protestos. Após pressão, o governo federal e o estadual firmaram um acordo para permitir que os ex-moradores adquiram imóveis de até R$ 250 mil, com a condição de que não haja violação de seus direitos.
Outro caso citado foi o da comunidade do Jardim Pantanal, que sofreu com alagamentos e denúncias de violência durante o processo de cadastramento para benefícios emergenciais, agravando a situação de vulnerabilidade dos moradores.
A doméstica Maria dos Remédios Gomes, moradora da Ocupação Jorge Hereda, na zona leste, contou que ou a viver no local após não conseguir mais pagar aluguel. Ela relata insegurança diante da possibilidade de remoções e afirma sonhar com a casa própria: “Viver em ocupação não é bom para ninguém. Hoje a gente tem onde ficar e no dia seguinte não sabe o que vai acontecer”, declarou.
Os movimentos sociais alertam que a luta por moradia continuará nas ruas até que haja compromissos concretos das autoridades e o fim das remoções forçadas sem garantia de realocação digna.